terça-feira, 19 de março de 2013

O Amor de Marius Pontmercy e a Miséria da Revolução: Reflexões Sobre o Musical Les Misérables


Recentemente assisti ao filme do musical Les Misérables. Saí do filme um pouco atordoado, tentando frisar as letras das canções para articular pensamentos que me pareciam importantes. O que eu ofereço aqui são algumas reflexões esparsas atiçadas pelo longa. Não pretendo oferecer uma resenha do filme, muito menos uma análise exaustiva. Quero apenas desenvolver considerações pontuais sobre a obra e seu enredo.
O que mais me interessa, enquanto leigo em cinema e interessado nos aspectos teóricos das manifestações culturais, é o enredo e as letras do musical. Quero fazer alguns apontamentos sobre o aspecto revolucionário que a obra traz, o que deve nos levar a uma série de outros desdobramentos.

*

Em Nome do Amanhã

Antes de mais nada, percebi-me preocupado em entender o que é que motivava os revolucionários, em sua maioria estudantes, a fazer uma revolução. A miséria das ruas de Paris é gritante, e serve como um diagnóstico. Os revolucionários pretendem se afastar dessa realidade, ou afastar o mundo todo dessa realidade. Mas o que eles pretendem colocar no lugar? Se estão se afastando da realidade atual, aonde querem chegar?

Em sua reunião revolucionária, às vésperas da execução do plano, os jovens cantam:

Red - the blood of angry men!           [Vermelho - o sangue de homens raivosos!]
Black - the dark of ages past!           [Preto - a escuridão de eras passadas!]
Red - a world about to dawn!           [Vermelho - um mundo prestes a despertar!]
Black - the night that ends at last!   [Preto - a noite que se finda enfim!]

Vemos, portanto, um ardente e raivoso (vermelho) desejo de romper com um passado tenebroso e cadavérico (preto), de promover o despertar de um novo dia e o findar de uma noite lúgubre. Note que esse dia que está por nascer não tem qualquer adjetivo. Não se sabe como ele será. Espera-se, somente, que seja diferente do que se tem então. Resume-se seu ímpeto no desejo de mudança. Tudo é feito em nome do amanhã:

There is a life about to start [Há uma vida por começar]
When tomorrow comes!        [Quando o amanhã chegar]

Agora, como se processa essa mudança? Monsieur Enjolras, um dos líderes revolucionários, explica:

Well, Courfeyrac, do we have all the guns?       [Bem, Courfeyrac, temos todas 
                                                                                                                             as armas?]
Feuilly, Combeferre, our time is running short. [Feuilly, Combeferre, nosso tempo 
                                                                                                                está se esgotando.]
Grantaire, put the bottle down!                          [Grantaire, largue essa garrafa!]
Do we have the guns we need?                           [Temos as armas que precisamos?]

As armas entram em cena. A violência é sine qua non para a efetivação do mundo prestes a despertar. A Revolução "precisa" de armas. Sabemos, portanto, que a Revolução não é nenhuma brincadeira de criança:

What's the price you might pay?  [Qual o preço que vocês podem vir a pagar?]
Is it simply a game                        [É simplesmente um jogo]
For rich young boys to play?      [Para jovens rapazes ricos jogarem?]

Definitivamente não. É uma empreitada que tem um "preço" alto, e esse preço pode ser o seu próprio sangue:

Will you give all you can give                     [Você dará tudo o que tem]
So that our banner may advance               [Para que nosso estandarte avance]
Some will fall and some will live                [Alguns cairão e alguns viverão]
Will you stand up and take your chance?  [Você se erguerá e se arriscará?]
The blood of the martyrs                            [O sangue dos mártires]
Will water the meadows of France!            [Molhará os prados da França!]  

O sangue, a morte e as vidas é o que se paga. Mas pelo que? Não sabemos ainda. Por enquanto, o simples avanço do estandarte.


A humanidade de Marius

Mas os revolucionários têm um problema. Um de seus líderes, Marius Pontmercy, parece vacilar diante da empreitada. Qual a fonte da dúvida? Uma mulher. Ou melhor, um amor.

Had you been there tonight              [Estivesse você lá nesta noite]
You might know how it feels            [Talvez soubesse a sensação]
To be struck to the bone                  [De ser atingido até os ossos]
In a moment of breathless delight!  [Em um momento de deleite sem fôlego!]
Had you been there tonight             [Estivesse você lá nesta noite]
You might also have known             [Talvez também soubesse]
How the world may be changed      [Como o mundo pode ser transformado]
In just one burst of light!                 [Numa só explosão de luz!]
And what was right seems wrong   [E o que era certo parece errado]
And what was wrong seems right!  [E o que era errado parece certo!]

O pobre Marius, portanto, foi vítima do amor. Mas Enjolras não aceita que isso se interponha entre Marius e a Revolução:

Marius, you're no longer a child      [Marius, você não é mais uma criança]
I do not doubt you mean it well       [Eu não duvido que isso seja sincero]
But now there is a higher call.         [Mas agora existe um chamado mais elevado] 
Who cares about your lonely soul?  [Quem se importa com sua alma solitária?]
We strive toward a larger goal        [Nós nos empenhamos rumo a um objetivo 
                                                                                                                              maior]
Our little lives don't count at all!     [Nossas pequenas vidas não valem de nada!]

Marius, não obstante, não consegue deixar de pensar em seus sentimentos, e parafraseia o próprio lema revolucionário, invertendo seu sentido do coletivo para o pessoal:

Red... I feel my soul on fire!               [Vermelho... Sinto minha alma em chamas!]
Black... My world if she's not there!  [Preto... Meu mundo se ela ali não estiver!]
Red... The color of desire!                 [Vermelho... A cor do desejo!]
Black... The color of despair!            [Preto... A cor do desespero!]

Eis aqui um momento de importante oposição no filme, que se mostra na paráfrase da cantiga. De um lado, Marius, um jovem rapaz que acabou de se apaixonar por Cosette, e, em função desse amor, passou a repensar a validade da Revolução diante do risco da morte. É como se somente agora a vida de Marius tivesse significado, e somente agora ele considerasse seu valor. Até então, sua vida era desprezível, exatamente como Enjolras coloca: nossas pequenas vidas não valem de nada! Mas agora a vida de Marius tinha sentido, e ele não estava mais tão disposto a pô-la a perder. Por isso o que era certo parece errado, e o que era errado parece certo. Perceba, contudo, que Enjolras considera uma atitude infantil trocar a revolução, o chamado mais elevado, o objetivo maior, em nome de um simples amor, como se o amor fosse algo essencialmente pueril.

Também outros revolucionários não perderam oportunidade de zombar de seus sentimentos:

You talk of battles to be won           [Você fala de batalhas a serem vencidas]
And here he comes like Don Ju-an  [E agora ele vem bancando o Don Ju-an]
It's better than an o-per-a!               [É melhor que uma ó-pe-ra!]

É uma hierarquização explícita em que os sentimentos individuais dos homens tem muito menos valor do que aquilo que está por se realizar, o bem maior, o objetivo maior. Observemos, porém, que ainda não se sabe o que se instalará após a Revolução, mas existe  o bastante para crer que será melhor do que o que se tem no momento.

Portanto, o amor é secundário para os revolucionários, é marginal diante do objetivo maior a ser conquistado. Mas o que o amor representa para Marius?

In my life                                                      [Em minha vida]
She has burst like the music of angels    [Ela explodiu como a música dos anjos]
The light of the sun                                   [A luz do sol]
And my life seems to stop                         [E minha vida parece ter parado]
As if something is over                             [Como se algo tivesse acabado]
And something has scarcely begun.        [E algo mal tivesse começado]

O amor de Marius dá vida a ele, como os raios do sol vivificam a relva. O amor preenche sua existência, o amor orienta sua vida e lhe confere razão de ser, desperta-lhe para algo novo. O amor de Marius abre seus olhos para a vida e para o real valor da vida. É por isso que ele hesita diante da Revolução. Sua alma ganha valor. O amor é sua causa. Em uma palavra: o amor humanizou Marius. Até então, ele era uma mera ferramenta, cuja alma nada valia, na execução de um plano maior. Agora ele era um homem. Ele sentia, finalmente, sua alma. Marius se tornara, enfim, humano. A Revolução era, para Marius, uma causa vazia, porque jamais pôde conscientizá-lo do valor da vida.

Pode-se objetar que, engajado na Revolução, Marius preocupava-se mais com a vida dos outros, em um genuíno gesto de altruísmo, do que ao prestar amor a Cosette, um sentimento particular e individual - para não dizer egoísta. Contudo, é lícito indagar: se Marius pouco valorizava sua própria vida antes de ser arrebatado pelo amor, como poderia compreender o valor da vida daqueles por quem se dispunha a morrer? No fundo, Marius era um revolucionário inconsciente de sua luta. Lutava por vidas, mas nada sabia sobre seu valor. E, quando o descobriu, vacilou. Mas foi precisamente o amor que lhe deu maior coragem para a luta. Uma luta, agora, repleta de significado. Duvido muito que Marius teria ameaçado explodir a si mesmo e ao barril de pólvora não fosse seu amor por Cosette.


A Alternativa: A Revolução Interior de Jean Valjean

O incômodo dos revolucionários é legítimo, deixemos isso bem claro. A miséria é um mal, e deve ser combatida. A injustiça é deletéria, e deve ser refreada. Poucos teóricos políticos ao longo da história discordariam disso. A divergência é sempre nos meios. Como remediar a doença?

Por tudo o que foi dito acima, acredito que a opção revolucionária seja nefasta. Ela desumaniza o homem, esvazia as vidas de valor. Os revolucionários são, mais do que quaisquer outros do filme, Les Misérables.  A via revolucionária lança mão da violência como elemento indispensável, propõe um futuro desconhecido na esperança de que seja melhor, e está disposta a passar por cima da vida, do amor, da paz e dos sentimentos humanos em nome de um "bem maior". Um bem, diga-se de passagem, que na maioria das vezes diz zelar pela vida, pelo amor, pela paz e pelos sentimentos humanos, exatamente aquilo que fustiga. Como disse Carlos I, meses antes de ser decapitado na Inglaterra,

In the king's name the king himself's uncrown'd; [Em nome do rei, o próprio rei é 
                                                                                                                        destronado;]
So doth the dust destroy the diamond.                 [Assim a poeira destrói 
                                                                                                                        o diamante.]

Cruzaremos então os braços, na esperança de que o tempo, indelevelmente progredindo rumo à igualdade social, sane todas as mazelas da humanidade? Longe disso. Quem nos oferece uma alternativa é Jean Valjean.

Valjean, no início do filme, sofre uma transformação, uma conversão, uma metanoia. Diante do vislumbre da maldade e do pecado inerente a si, em face ao amor que lhe foi demonstrado pelo senhor que o acolheu, Valjean envergonha-se, arrepende-se e sofre uma transformação interior, selando o compromisso de ser uma nova criatura (2Cor 5:17). É evidente que sua transformação foi essencialmente espiritual:

He told me that I have a soul,           [Ele me disse que eu tenho uma alma,]
How does he know?                            [Como ele sabe?]
What spirit comes to move my life? [Que espírito vem mover minha vida?]
Is there another way to go?             [Existe outro caminho a seguir?]
[...]                                                       [...]
I'll escape now from the world         [Escaparei agora do mundo]
From the world of Jean Valjean      [Do mundo de Jean Valjean]
Jean Valjean is nothing now            [Jean Valjean não é nada agora]
Another story must begin!                [Uma outra história deve começar!]

Qual o resultado dessa mudança? Valjean tornou-se prefeito de Paris e dono de uma fábrica. Conquistou o respeito e a posição privilegiada contra a qual os revolucionários estariam prontos a ralhar. As funcionárias de sua empresa, contudo, demonstram levar uma vida minimamente digna. O suficiente para se ocuparem frivolamente com a vida de Fantine, pelo menos, e certamente mais digna do que a vida dissoluta da prostituição, na qual Fantine foi despejada, e de inescrupulosidade e calhordice que caracteriza as peripécias dos Thénardier. Valjean, em seu amor e compromisso com a retidão moral, auxiliou centenas de pessoas a viverem de forma digna:

I am the master of hundreds of workers.  [Eu sou senhor de centenas de 
                                                                                                        trabalhadores.]
They all look to me.                                   [Todos eles contam comigo.]
How can I abandon them?                        [Como eu posso abandoná-los?]
How would they live                                 [Como eles viveriam]
If I am not free?                                       [Se eu não estivesse livre?]

Assim, quando Jean Valjean ouve que um inocente seria acusado em seu lugar, preocupa-se não apenas com sua própria consciência ou fama, mas também com o risco em que estariam aquelas mulheres que lhe eram empregadas e suas famílias. O revolucionário certamente diria que em nome de uma causa maior, aquela vida inocente de nada valeria. Valjean, em oposição a esse espírito, e em nome da execução do que é justo e correto, apresentou-se em tribunal para livrar uma só alma do tormento, colocando em risco todas as outras.

Ao descobrir a história de Fantine e a fortuna de sua filha, Cosette, Valjean se coloca em prontidão para reparar a situação. O que Valjean nos mostra é que é possível redimir vidas, é possível sanar a miséria por meio das relações pessoais. Aliás, é só aí em que isso é possível. Apenas homens podem ajudar homens, e isso se faz por contágio, quase como que por uma praga filantrópica. Valjean foi contaminado pelo amor no início do filme, e isso o levou a se importar com as vidas ao seu redor.

Valjean jamais tomou partido da Revolução. Quando colocou-se por detrás das barricadas, foi para proteger Marius, desiderato de Cosette. Seus motivos são sempre emocionais e pessoais. Valjean nem mesmo canta as músicas que os revolucionários cantam em seu acampamento. É como se discordasse de sua empreitada, discordasse de que seja legítima uma Revolução impessoal, que arrisca vidas em nome de um futuro incerto. A Revolução, talvez dissesse Jean Valjean se inquirido, deve ser de homem para homem, de dentro para fora, do arrependimento interno para o amor e a caridade externa.


Do amor

Que dizer do amor?

Foi ele que deu sentido à vida de Marius. Foi ele que deu vida à vida de Marius. Foi o amor que o fez valorizar o que há de mais precioso no homem. Esse mesmo amor foi o que tocou Jean Valjean e o fez se preocupar com seu próximo. O amor foi o que lhe abriu os olhos.

O amor zombado e espicaçado por Grantaire e Enjolras, os revolucionários, foi o que deu vida e apaziguou a miséria dos miseráveis, do início até o final do filme. A Revolução, por sua vez, produziu centenas de mortes, engendrou dor e tristezas vãs. O que mais esperar de uma filosofia que considera que as nossas pequenas vidas não valem de nada? No caso de Valjean e de Marius, é o amor quem move todas suas boas ações. No caso dos revolucionários, é o amanhã.

Sir Herbert Butterfield disse certa vez que muito mais se ocupou em odiar o capitalismo do que em prestar auxílio aos pobres. Eu diria, ainda, que muito mais se preocupou com as panaceias do amanhã do que com o mal nosso de cada dia. Enquanto os revolucionários viveram na utopia do futuro, Valjean viveu a dolorosa realidade do presente.


Da Empatia Revolucionária e da Glória de Cristo

Como negar a empatia que os revolucionários promovem nos telespectadores? Isso se aplica no dia a dia. É muito sedutor ver um jovem lutando com a própria vida em nome de uma causa, notoriamente se a causa é em prol de terceiros. O suposto zelo e amor que movem os revolucionários em benefício de outrem é de arrepiar os ossos. Não há como negar. Daí decorrem os êxtases revolucionários que movem milhares de pessoas, e que tornaram possíveis não só a Revolução Francesa como a Revolução Russa e boa parte dos levantes na história.

O que faz com que o homem simpatize com os movimentos revolucionários é a causa eficiente que os move: a entrega em nome de um bem maior, a negação de sua vida em favor dos outros, a oferta do próprio sangue pela redenção dos homens, a garantia de um mundo sem sofrimento, sem dor, sem injustiça e sem lágrimas. Tudo isso é absolutamente belo, e não espanta que arranque lágrimas e conquiste adeptos.

O que pouco se percebe é que todas essas coisas já foram realizadas por Jesus Cristo. O Cristo entregou-se a si mesmo pela redenção dos homens, para livrar-lhes de uma vida nefasta, para garantir a paz e a alegria, para assegurar a instauração de um mundo melhor. É Cristo, também, quem trará um mundo onde não há choro nem ranger de dentes, onde dor e sofrimento são elementos ausentes. Isso também perfigura no musical. Na última música, há um refrão que não quer calar:

Will you join in our crusade?                  [Você se juntará à nossa cruzada?]
Who will be strong and stand with me? [Quem será forte e permanecerá comigo?]
Somewhere beyond the barricade          [Em algum lugar além da barricada] 
Is there a world you long to see?           [Existe um mundo que você anseia 
                                                                                                                          por ver?]

Mas a resposta, ao final de todo o enredo, não é a Revolução humana, e o que está além da barricada não é a utopia terrena da felicidade:

They will live again in freedom                [Eles viverão novamente em liberdade]
In the garden of the Lord.                        [No jardim do Senhor.]
They will walk behind the plough-share, [Eles andarão atrás do arado,]
They will put away the sword.                 [Eles colocarão as espadas de lado]
The chain will be broken                         [A corrente será quebrada]
And all men will have their reward.        [E todos os homens terão sua 
                                                                                                                  recompensa]

Traduzindo, o completo fim das injustiças e desigualdades se encontra no mundo do além. A verdadeira barricada é o nosso mundo, e a única esperança de solução plena é o outro mundo. O que, como dissemos, não nos desonera da ação humana.

Assim, a Revolução dos homens encanta porque ela é uma secularização da Revolução de Cristo. A empreitada revolucionária, com seus "nobres" fins, é apenas uma sombra, uma imagem imperfeita do que Cristo fez de uma vez por todas e perfeitamente. O problema é que os homens continuam buscando revoluções, continuam procurando fazer com suas próprias mãos o que Cristo fez com seu sangue. Jesus nos redimiu de uma vez por todas, para que déssemos prosseguimento à sua obra de forma pessoal. Assim como a Revolução de Cristo foi individual e em nome de todos, assim também a redenção de Valjean foi individual e afetou a todos ao seu redor. Essa é a verdadeira Revolução que deve ser empreendida.

*

Não nos esqueçamos, jamais, que somos indivíduos, sob pena de desprezarmos o valor da vida. Não nos esqueçamos de que somos humanos. Não nos esqueçamos que temos uma vida inalienável, porque criada por Deus, que temos sentimentos impreteríveis e que, enquanto indivíduos, temos nomes. É a inconsciência dos nomes que promove o genocídio. É a inconsciência dos nomes que promove os abortos. É a inconsciência do indivíduo que embota o valor da vida.

Se você também assistiu ao filme e saiu simpatizante dos revolucionários, convido-lhe a pensar que a nobreza dos revoltosos não passa do reflexo da glória de Cristo e do que ele fez por você. E se você acha que os revolucionários foram os heróis, não se esqueça que foi Valjean quem mais amou e praticou o bem. Não se esqueça, também, que ele tinha nome. Ao passo que os revolucionários clamaram:

Who's there?                  [Quem está aí?]
The French Revolution! [A Revolução Francesa!],

Jean Valjean asseverou:

Who am I? Who am I? [Quem sou eu? Quem sou eu?]
I am Jean Valjean!       [Eu sou Jean Valjean!]

*

E, ao final,
Deixemos a palavra com o musical,
Que nos diz que a revolução passará,
Mas que o amor verdadeiro, este, se eternizará:


Here they talked of revolution.     [Aqui eles falaram de revolução.]
Here it was they lit the flame.       [Aqui foi que eles acenderam a chama.]
Here they sang about `tomorrow' [Aqui eles cantaram sobre o "amanhã"]
And tomorrow never came.          [E o amanhã nunca chegou.]

-

Take my hand                               [Tome minha mão]
And lead me to salvation              [E leve-me à salvação]
Take my love                                [Tome meu amor]
For love is everlasting                 [Pois o amor é eterno]
And remember                             [E lembre-se]
The truth that once was spoken  [Da verdade que uma vez foi dita]
To love another person               [Amar outra pessoa]
Is to see the face of God.            [É contemplar a face de Deus]

*

Abraços!

Com amor em Cristo,


Pedro


2 comentários:

  1. Pedro, não conheço você mas amei seu texto. Brilhante análise comparativa. Que animador saber que existem mentes pensantes e lúcidas em um país que as discrimina. Continue postando análises que valem cada minuto de tempo investido. Um abraço. Neide

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  2. Obrigado, Neide, pelos muitos minutos que você usou lendo este texto :)

    Abraços!

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